quinta-feira, 30 de junho de 2016

A ciência dos relacionamentos

Se você entrar em um relacionamento esperando algo em troca, é bem provável que não vai dar certo. Não falo apenas de relacionamentos amorosos. Qualquer relação, seja profissional, ou de consumo, exige um pré-requisito para que seja duradoura e dê bons resultados: as duas partes precisam estar prontas para ajudar, para contribuir. E que fique claro: isso não é opinião. São respostas (óbvias?) de estudos e experiências.

Não sou um especialista no assunto (risos?), mas de imediato percebo um dos motivos de fracasso de quase todos os relacionamentos: as pessoas procuram se relacionar quando estão num momento difícil. Estão carentes, tristes. E acreditam que um relacionamento irá completá-las.

Pode ser que aconteça. Mas em geral, essa expectativa de que a outra parte vai resolver os problemas não se concretiza. Isso me parece uma conta em que a soma não fecha. O indivíduo A vai somar os seus problemas afetivos com o indivíduo B. E o resultado esperado é que os problemas somados resultem em uma solução. Não estou duvidando, pode ser que sim. É Gestalt, talvez. Mas essa conta não fecha.

Logicamente faz mais sentido focar no outro, e perguntar a si mesmo: “Como eu posso contribuir para que esse relacionamento seja duradouro?”. Foco no próximo, seja ele marido, esposa, sócio, colega ou cliente.

Podemos falar em relações comerciais, usando um exemplo bem comum: o pós-venda. As empresas estão interessadas em saber se a compra deu certo, se o cliente precisa algum apoio, ou estão apenas esperando vender mais? Nada contra vender mais, quando falo em pós-venda sempre abordo esse ponto importante. Mas a venda é consequência. De quê? De um relacionamento baseado na ajuda, no interesse pela outra parte.

Ou seja: se a empresa não tem nada útil para oferecer e ajudar, melhor não contatar o cliente. É preferível o silêncio. E fazer como aquelas que preferem não entrar em contato para não se incomodar. Vai que o cliente teve algum problema com o produto ou serviço e a gente tenha que resolver.

Construir relações exige, em primeiro lugar, ser útil para a outra parte interessada. É preciso, antes de tudo, ajustar a si mesmo para funcionar em um relacionamento de longo prazo. Já nos relacionamentos de curtíssimo prazo tanto faz quem ou como você é. Afinal, você sabe que vai ser esquecido.