quinta-feira, 23 de junho de 2016

Gostar é presentear?

Em geral, “fazer um marketing”, na linguagem popular, depende de um motivo. 
Por exemplo, digamos que você quer falar com alguém. Mas você não sabe como abordar, como puxar conversa. Também temos esse problema na comunicação com clientes. Sobre o que vamos falar, o que vamos anunciar?

As empresas recebem “de graça” diversos “motivos” ao longo do ano: as datas comerciais. Dias das mães, dos pais, dos namorados, Natal entre outras.

Mas antes de planejar estas datas, é importante entender o que as pessoas sentem nesses momentos. Não pretendo criticar ou questionar a existência das datas. Apenas refletir a respeito do que se passa na cabeça do consumidor – e assim vender mais e melhor. Também não pretendo mudar o mundo: nossa maior habilidade, como seres humanos, não é a mudança, e sim a adaptação, certo?

Em geral, presentear é mostrar que gosta. Ou não? Imagine um rapaz que, no dia dos namorados, fala para a moça que o seu amor é muito mais importante do que um jantar e um buquê de flores desnecessários. Poderíamos citar aqui Nelson Rodrigues, que disse que o dinheiro não compra felicidade, apenas amor verdadeiro?

Perdoem-me os românticos, mas as datas comemorativas exigem compras. É uma pressão cultural na cabeça do consumidor. E as lojas poderiam aproveitar melhor esse comportamento – equivocado talvez, mas real.

Alguns procedimentos simples de organização facilitam essas ações de marketing nas pequenas empresas. Já vi bons resultados, por exemplo, na adoção de um calendário visual, colado na parede, com as datas comemorativas que a empresa deseja explorar. É impressionante a quantidade de lojas que simplesmente esquece das datas comerciais importantes.

Mas as empresas também podem criar outros motivos (no caso, mais datas). Já trabalhei com lojas que mapearam datas alternativas, como por exemplo, os dias das profissões (Dia do Dentista, Dia do Advogado). Elas criaram ações de relacionamento, no caso, com clientes dentistas e advogados. Lembre-se: a comunicação de marketing funciona melhor quando existe um motivo, um assunto a ser puxado.

Você pode questionar a inversão de valores. Ou questionar o rapaz que escreve esses absurdos. Ou, resignado, adaptar-se. Não há certo ou errado: é apenas uma escolha. Sua.