Nosso cérebro não é muito bom em priorizar as coisas. Se
você precisa estudar para uma prova muito importante, mas também precisa tratar
o cachorro e lavar roupas, não vai encontrar uma forma de categorizar, na sua
cabeça, o que é mais urgente ou relevante.
E por não saber priorizar, o cérebro fica sobrecarregado. E
você se sente estressado, perdido. A boa notícia é que é relativamente simples
reduzir bastante essa situação. Você precisa "esvaziar” a sua cabeça:
tirar todas as tarefas, planos e projetos do consciente e inconsciente e
coloca-los no papel.
Essa é a ideia central do método GTD (Getting Things Done),
do autor David Allen. Você pode comprar o excelente livro que ele escreveu,
como eu fiz, ou pode assistir alguns vídeos de 5 minutos no Youtube que resumem
a técnica. Basicamente, você vai anotar tudo (tudo!) que você quiser ou tiver
que fazer. E depois você distribuiu ao longo dos dias da semana.
Não existe só um jeito certo, mas compartilho o meu: eu
anoto tudo (tudo!) em uma agenda, e reviso tudo no final de semana. E então eu
vejo se ficou alguma pendência da semana anterior, e mais ou menos programo a
semana seguinte. Uso também um calendário semestral na parede para não esquecer
de datas importantes. Quer dizer: o “método” pode parecer ridículo de tão
simples. O problema é a disciplina de anotar e revisar. No meu caso, a mudança
foi impressionante. Não me preocupo mais com os próximos compromissos e não
perco tempo tentando lembrar de tarefas e prazos: tenho tudo anotado. Tirando
esse monte de informação, o cérebro trabalha melhor em coisas que ele faz bem,
como a criatividade e o raciocínio.
Há algum tempo conheci também o trabalho do Dr. Atul Gawande,
que escreveu o livro O Manifesto Checklist (da mesma forma, você consegue entender
o básico do trabalho dele via Youtube). Ele questiona a formação individualista
do médico, um cowboy que precisa salvar vidas sozinho, sob pressão: e que acaba
cometendo erros básicos de procedimento. Gawande comenta casos de checklists
com tópicos básicos de segurança em higiene e processo cirúrgico que reduziram
pela metade o número de óbitos. Metade!
Todos nós erramos muito por esquecer o que é básico. As
coisas mais importantes que realizamos no dia-a-dia seguem padrões repetitivos.
Mas não anotamos, sobrecarregamos a memória, e então falhamos. Anotar tudo e
seguir procedimentos simples é o caminho para uma rotina mais leve e precisa.