quinta-feira, 25 de junho de 2015

Não lembro seu nome

Sou daqueles que tem dificuldade para gravar o nome das pessoas. Tento me justificar para a pessoa esquecida, mas ao mesmo tempo sei que preciso procurar formas de superar esse defeito. Sim, trata-se de um defeito.

Há alguns dias, lendo algum texto sobre práticas de liderança, um tópico me chamou a atenção. O autor fazia a seguinte pergunta: se uma pessoa se apresentasse para você, e simplesmente lhe entregasse mil dólares em dinheiro, você esqueceria o nome dela? A reflexão do autor era a seguinte: esquecemos o nome das pessoas porque não damos importância a essa pessoa. Se você conhece alguém que é de alguma forma importante para você, você vai lembrar do nome sempre.

Isso me fez refletir bastante. Já tentei alguns truques para tentar gravar nomes e feições (ouço muita gente dizer: “Nomes eu esqueço, mas sou bom em ‘gravar rostos’”. Eu sou ruim em ambos). Mas esses truques nunca deram muito certo.

Com base nessa nova reflexão, pensei num novo caminho: quem sabe, ao conhecer alguém, seja preciso um esforço maior em ouvir, perguntar, e captar algum valor dessa pessoa. Algo que ela ofereça naturalmente: sinceridade, experiência, conhecimento, qualquer coisa. Quem sabe esteja em mim a missão de tornar essa pessoa relevante – e assim não esquecer o seu nome. Não porque eu decorei com algum macete, mas porque essa pessoa adquiriu algum significado.

O que mais me preocupa é o fato de que, ao não lembrar o nome de alguém, eu não estou apenas demonstrando uma fraqueza na memória. Eu estou demonstrando também que essa pessoa não significa muito para mim. Simples assim.


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Em tempo: se alguma pessoa começar a falar com você, e você não conseguir lembrar do nome dessa pessoa, pergunte logo, nos primeiros 30 segundos de conversa. É bem pior você perguntar 10 minutos depois, ou no final da conversa. Acredite em mim, já fiz isso.

Em tempo ainda: aconteceu, e você esqueceu o nome de alguém. Você pode até justificar o seu problema de memória. Mas o mais importante é, nesse novo contato, demonstrar interesse. Fazer perguntas e prestar atenção nas respostas. Não apenas ficar calado ouvindo, mas concordando e comentando o que a pessoa falar. Ela é o centro das atenções agora – e acredito que assim ela também irá esquecer o seu primeiro esquecimento.