quinta-feira, 28 de maio de 2015

Inovar é jogar fora

Quando falamos em inovação, logo pensamos em tecnologia. O conceito de inovação é sempre relacionado às mudanças que os gadgets (equipamentos como os smartphones e tablets) causaram no nosso comportamento. Ou seja: é normal associarmos o termo “inovação” com tecnologia, pois nos últimos 15, 20 anos, foi a tecnologia que alterou completamente a nossa rotina.

Um exemplo: quem vem acompanhando as mudanças da internet (as quais consequentemente mudam quase todas as nossas experiências) nos últimos anos, fica facilmente pasmo.

Em 1995, por exemplo, as pessoas tinham um telefone fixo que discava para um provedor, que conectava à internet. Era caro, lento, arcaico. Hoje estamos conectados o tempo todo. As luzes verdes do modem não param de piscar. Na rua o milagre da conectividade se manifesta – mesmo que invisível. Ninguém mais fala “eu vou entrar na internet”, como se dizia no passado. A internet está conectada em nós. A pergunta: vale a pena estar o tempo todo conectado?

E então chego ao objetivo desse texto: inovação também é parar de fazer algo que você vem fazendo. Inovação não é apenas criar novidades: inovação é eliminar o que não está funcionando. É olhar o tempo todo para si mesmo, para sua vida, para sua empresa, e avaliar o que pode ser descontinuado. Insisto na pergunta: vale a pena estar o tempo todo conectado?

Muita gente acredita que não é criativa, que não tem ideias, e que por isso não consegue fazer nada interessante. Isso não é verdade, e é um mito que acaba travando o bom desempenho. Por isso, para essas pessoas, sugiro começar a pensar em inovação avaliando tudo que possui faz tempo, e tudo que vem fazendo sempre do mesmo jeito. Olhe para essas coisas e decida o que você vai jogar fora.

A sensação é semelhante a doar roupas antigas, que não estão sendo usadas, mas que, de alguma forma, não saem do guarda roupas. Enquanto o velho não permite o surgimento do novo, a inovação não acontece.

O exemplo do guarda roupas é proposital: a inovação é tecnológica, industrial, empresarial, mas também pode ser pessoal. Quem cria inovações são as pessoas. Logo, me parece ser o melhor caminho praticar a inovação em casa. Tornar a inovação um hábito, criando o hábito de avaliar o que não serve mais na sua vida.

Parar de fazer e se desfazer é o primeiro passo, e o mais seguro, rumo à inovação.