As pessoas costumam dizer que o seu objetivo na vida é ser
feliz. O imenso desafio é pegar esse objetivo e definir: o que ter, e o que
fazer para tornar-se feliz?
É muito forte, quase óbvia, a relação entre prosperidade e
felicidade. Logo, precisamos dinheiro. Mas existe aquele ditado popular que diz
que dinheiro não traz felicidade. E agora: para ser feliz é preciso ganhar
bastante dinheiro?
Estudos mostram que o dinheiro compra felicidade sim, mas
até certo ponto. Por exemplo: você vai ficando feliz e realizado conforme
conquista sua casa, seu carro, uma boa escola para o filho. Mas depois que você
adquire tudo que você precisava, o dinheiro não contribui mais tanto para o seu
nível de felicidade. Ele pode até trazer uma alegria momentânea quando você
compra alguma coisa. Mas isso é efêmero, e logo o inevitável vazio estará de
volta.
A sugestão dos especialistas é que você invista mais
dinheiro em experiências. A explicação é a seguinte: se você compra um carro
novo, você se acostuma com ele. Ele passa a fazer parte da sua rotina. E essa
rotina afeta a nossa percepção de valor (não vou falar sobre relacionamentos).
No entanto, se você investir em uma viagem, por exemplo,
você irá viver essa experiência e ela vai desaparecer. Ou melhor, ela vai
passar, mas vai ficar nas fotos e na memória. E essa distância entre tempo e
memória parece fazer bem para os nossos níveis de felicidade. Boas lembranças
trazem felicidade.
Com base nisso, é possível afirmar que se desfazer de
algumas coisas traz felicidade. Quem já fez “uma limpa” no guarda-roupas já
sentiu sensação semelhante (não, eu não vou falar sobre relacionamentos).
Mas existe perigo em interpretar a felicidade com esse viés
de desapego. Você pode se livrar de coisas importantes, que vão fazer falta
depois. Ou você pode perceber a felicidade do efêmero e nem sentir falta de
algumas coisas que você deveria ter conquistado. E só perceber, quem sabe,
quando for tarde demais.