quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Um dia azul

Acordei às 6 da manhã do dia 9 de Outubro, tomei café e banho (nessa ordem) e fui do hotel ao aeroporto de Sinop (MT). O local se parece mais com uma rodoviária. As 7:30 da manhã o calor já era insuportável. Nenhum ar-condicionado funcionava.

O voo da Azul sairia de Sinop as 8:10 e chegaria, se tudo desse certo, as 9:10 em Cuiabá. Mas nada deu certo.

Eu precisava treinar uma turma a partir das 13 horas. Só depois das 10 da manhã um funcionário da Azul falou, no sistema de som mais ruim que eu já vi e ouvi, que o voo havia sido cancelado. E pediu para que todos se dirigissem ao balcão de check-in. Esse é o protocolo de um voo cancelado?

Nesse instante, toda a gentileza terminou: pessoas se atropelavam para pegar um lugar melhor na fila. Eu derrubei duas senhoras e consegui ficar lá pela metade. Estou brincando: fiz amizade com algumas pessoas e elas guardaram meu lugar na fila. Lá pela metade.

Um detalhe curioso: antes do aviso do cancelamento, os funcionários sumiram! Uma mulher desesperada entrou na área de check-in, e bateu várias vezes na porta: ninguém atendia. Estavam escondidos, provavelmente sem saber o que fazer. Ou era essa a recomendação da Azul?

O treinamento de Cuiabá foi cancelado. Tive que cancelar a passagem da Azul e comprar uma da Passaredo para chegar em Cuiabá em tempo do meu voo para Ji-Paraná (RO), cidade do treinamento seguinte.

Escrevo este breve relato durante esse último voo do dia. Agora faltam 15 minutos para as 23 horas do horário local.

Sei que essas coisas acontecem. No entanto, como consumidor, não questiono fatalidades, mas julgo a maneira que uma empresa resolve seus problemas. Difícil entender o que aconteceu com a equipe da Azul em Sinop. Eu admiro a Azul, e esse foi o detalhe: só nos decepcionamos com quem admiramos. Será que perdemos, assim como já se perdeu a TAM, mais uma companhia aérea focada na excelência dos serviços?

Essa história por pouco não teve um final diferente. Após essa manhã e tarde caóticas, o funcionário da Azul em Cuiabá me disse o seguinte, lá pelas 19 horas: “Sorte que você fez o check-in pelo celular. Ou não teria lugar para você no voo para Ji-Parana.” Nem respondi. Realmente foi sorte, pois não costumo fazer check-in pelo celular. O pior é que ultimamente o fator sorte tem sido decisivo nos aeroportos do Brasil.