Já em países de baixo IDP, a hierarquia não impede a comunicação: o chefe é mais um membro da equipe, acessível e (acredite, “colaborador”) questionável.
O psicólogo holandês encontrou nações com o Índice de Distância do Poder baixo, como Austrália e Estados Unidos. Agora adivinhe, leitor, qual foi um dos países campeões em alto IDP, onde muitos chefes são tratados como senhores de engenho? Sim, o seu.
Na mesma linha de raciocínio: em entrevista à Veja SP, a diretora de RH do Google na América Latina foi questionada sobre quem o Google não admite em uma entrevista de emprego. Resposta: gente acostumada a um ambiente muito hierárquico. Segundo a diretora, todos na empresa trabalham juntos, e qualquer um tem as portas abertas para conversar com o diretor-geral.
Ou seja: além de ser um problema para a empresa, um ambiente de subserviência à hierarquia se torna um ponto fraco do funcionário. Ele cria o hábito de não questionar, de permanecer calado, de consentir resignado, de esperar ordens para agir. Sua capacidade produtiva atrofia com o passar do tempo em um ambiente servil.
A hierarquia não pode impedir que a comunicação funcione. A boa notícia é que pequenas empresas levam vantagem por um motivo óbvio: há pouca hierarquia, e é mais fácil adotar um ambiente de trabalho colaborativo, onde quem manda é o resultado, e não o status.
E na sua empresa? Todas as decisões são tomadas na sala fechada da diretoria e os funcionários tem medo de falar com o chefe? Sugiro assumir esse problema como uma questão pessoal. Não é só a sua empresa que parou no tempo: este padrão de comportamento define também quem você é.