quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Os jovens que entendem


Uma pesquisa do projeto Riologia detalha o comportamento dos adolescentes e jovens entre 13 e 17 anos. Quase metade deles (pelo menos nos grandes centros) é da geração que evoluiu nos moldes da web 2.0: a internet compartilhada e onipresente, das redes sociais e da produção de conteúdo pelo usuário. Por analogia, "jovens 2.0".

Talvez o dado mais relevante da pesquisa: a estrutura familiar tradicional (a família das propagandas de margarina) perdeu o sentido para 60% deles. Ao entrevistar pouco mais de 600 jovens, os pesquisadores encontraram 49 (!) modelos diferentes de convívio familiar: um vive só com a mãe, outro com a mãe e o padrasto, outro com o pai e o companheiro do pai, etc.

Detalhe importantíssimo: os jovens, entretanto, compreendem esse cenário, e consideram que uma família estruturada está baseada nas relações de afeto, e não no simples fato de o pai e a mãe morarem juntos (a guerra conjugal de Dalton Trevisan e Nelson Rodrigues).

Esta é também uma geração que atrela o real ao virtual: por exemplo, conversar pela internet com o pai distante é também considerada uma relação de afeto (tente explicar isso a uma senhora de idade).

Essa nova maneira de pensar e viver se reflete no comportamento desses consumidores, mais críticos e colaborativos. Eles também são decisivos nos momentos de compra: a quantidade de informação à qual possuem acesso é referencia para a família em aquisições de produtos e serviços. Alem disso, são eles quem apresentam as novidades e as críticas para os familiares – cenário impensável há algumas décadas, quando estava à mesa o patriarca provedor, dono inconteste da verdade.

Desafio para os pais e para as empresas: entender essa geração sem utilizar critérios defasados de interpretação.