Num dos
textos mais comentados do mês no blog da Harvard
Business Review, o autor Greg McKeown descreve o “paradoxo da clareza” (aqui,
em inglês). Este paradoxo explicaria o motivo de pessoas bem sucedidas não se
tornarem pessoas muito bem sucedidas.
Eis as 4 fases
do paradoxo:
Se temos
clareza de propósitos, atingimos o sucesso;
Quando
atingimos o sucesso, aparecem novas opções e oportunidades;
Quando se
aumentam opções e oportunidades, nossos esforços ficam difusos;
Esforços
difusos acabam com a clareza que levou ao sucesso no primeiro momento.
Jim Collins
aborda a mesma questão no livro How the
Mighty Fall (Como os gigantes caem): empresas crescem, e as novas
oportunidades decorrentes do sucesso atingido geram a perda do foco inicial. Ocorre
assim a tal indisciplinada busca por mais. Segundo os autores, essa falta de
disciplina na busca por um sucesso cada vez maior é a causa do fracasso de quem
já é grande – tanto empresas quanto pessoas.
E como fazer
para evitar essa derrocada? Segundo Mckeown, precisamos empreender uma busca
disciplinada por menos. Precisamos optar por aquilo que realmente importa e ter
a coragem de abandonar oportunidades e antigas idéias – mesmo que sejam boas.
Pense no valor
que um objeto adquire quando você cogita se livrar dele: pode ser um livro que
está há anos parado na estante, ou uma roupa que você não usa mais, ou um
relacionamento que perdeu a graça. A simples hipótese de se desfazer aumenta o
valor daquilo que está em desuso. Esse sentimento confuso sobre a relevância e
a importância do que você possui é responsável pelo acúmulo de coisas antigas,
que impedem a ascensão do que é novo.
Com nossas
idéias acontece a mesma coisa: elas não tem data para expirar. Projetos antigos permanecem em pauta, atrapalhando os novos. Por isso você precisa definir um rumo e eliminar
o que foge do seu foco. Se você não fizer isso, irá se sentir frustrado, por
não concluir coisas que começou.
Dói jogar
fora, mas não tem outro jeito: o único antídoto contra o paradoxo da clareza é
a busca disciplinada por menos.