terça-feira, 17 de julho de 2012

O que a classe média entende sobre tecnologia?


Nos últimos dois anos, a Sony Brasil quadruplicou seus investimentos em pesquisas com o consumidor. As pesquisas ocorrem em diversas áreas, de simples questionários de múltipla escolha até a pesquisa etnográfica: residências de consumidores foram visitadas e, em algumas, analistas da Sony passaram a noite para observar de perto os hábitos dos consumidores (mais aqui, no site Mundo do Marketing).

A enorme e emergente classe C, tetéia das grandes marcas, foi o alvo das pesquisas. A Sony descobriu que a classe C, ao contrário das classes A e B, tem uma tendência maior ao compartilhamento, às relações sociais e familiares. Um exemplo: 44% das mulheres da classe C, pelo menos uma vez por mês, tomam conta dos filhos dos vizinhos. Entre as classes A e B esse número cai para 3%.

Dados curiosos como estes podem provocar diversas conclusões. E essa tendência da classe emergente à interação afeta diretamente os hábitos de compra e consumo. Outra hipótese: quanto mais abastada, mais reclusa a família se torna? Algo a ser pesquisado e considerado por quem atua no mercado.

Bom saber que a Sony opta, assim, pela tradicional pesquisa com o consumidor para encontrar tendências de consumo e, de certa forma, democratizar seus lançamentos. Essa metodologia direciona ainda o desenvolvimento de novos produtos para uma certa customização.

Em tempo: a Apple, pelo menos quando liderada por Steve Jobs, ignorava a opinião dos clientes. Pode parecer arrogante, mas sob a tutela de Jobs, raramente a Apple errou. Eis o dilema: é bom ou não ouvir o cliente quando se trata de inovação em tecnologia?