Nos últimos dois anos, a Sony Brasil quadruplicou seus
investimentos em pesquisas com o consumidor. As pesquisas ocorrem em diversas áreas,
de simples questionários de múltipla escolha até a pesquisa etnográfica:
residências de consumidores foram visitadas e, em algumas, analistas da Sony
passaram a noite para observar de perto os hábitos dos consumidores (mais aqui,
no site Mundo do Marketing).
A enorme e emergente classe C, tetéia das grandes marcas,
foi o alvo das pesquisas. A Sony descobriu que a classe C, ao
contrário das classes A e B, tem uma tendência maior ao compartilhamento, às
relações sociais e familiares. Um exemplo: 44% das mulheres da classe C, pelo
menos uma vez por mês, tomam conta dos filhos dos vizinhos. Entre as classes A e
B esse número cai para 3%.
Dados curiosos como estes podem provocar diversas conclusões. E essa tendência
da classe emergente à interação afeta diretamente os hábitos de compra e
consumo. Outra hipótese: quanto mais abastada, mais reclusa a família se torna?
Algo a ser pesquisado e considerado por quem atua no mercado.
Bom saber que a Sony opta, assim, pela tradicional pesquisa
com o consumidor para encontrar tendências de consumo e, de certa forma, democratizar
seus lançamentos. Essa metodologia direciona ainda o desenvolvimento de novos
produtos para uma certa customização.
Em tempo: a Apple, pelo menos quando liderada por Steve Jobs,
ignorava a opinião dos clientes. Pode parecer arrogante, mas sob a tutela de
Jobs, raramente a Apple errou. Eis o dilema: é bom ou não ouvir o cliente
quando se trata de inovação em tecnologia?