quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Desista mais

“Aqueles que desistem nunca vencem, e os vencedores nunca desistem!”

Seth Godin analisa este conselho em seu livro “The Dip” (“O melhor do mundo”, em português). Será que “não desistir nunca” é um bom conselho? Para Seth, os vencedores sabem quando desistir. E desistem de muita coisa com frequência.

Os empreendimentos se tornam questões de honra e orgulho. Não vamos desistir desse negócio porque vão achar que quebramos. Não vamos terminar o casamento porque pega mal na família. Mas o fato óbvio é que se você não desistir de algumas coisas, não vai poder fazer outras. É uma escolha sua insistir no que você sabe que não vai dar certo. E algum motivo você tem para não desistir (comodidade, vergonha, medo).

Mas existe um tipo ainda mais difícil de situação que exige desistência: é quando a pessoa está trabalhando pesado, se dedicando, mas sem refletir sobre aquilo que está construindo. Por isso o perigo de você aconselhar alguém (ou seguir o conselho) de trabalhar muito para colher os resultados. O trabalho árduo é só um dos ingredientes. Mas se você não refletir sobre como e aonde está empregando seu esforço e seu tempo, pode não colher nada, apesar do martírio diário. Não adianta subir a escada sem saber aonde ela está encostada.

É realmente difícil perceber quando desistir e quando persistir. Só com muita reflexão você perceberá se está batalhando num beco sem saída. Ou se todo o seu esforço está levando você para um abismo. A recomendação é continuar lutando se encontrar um vão (algum problema, um grande desafio, determinado esforço) que precisa ser superado para alcançar a recompensa que procura.

E aqui uma reflexão que vale a pena: se você quiser se diferenciar e ser o melhor naquilo que faz, procure o vão. Ele é seu aliado. O vão está nos problemas difíceis que pessoas e empresas preferem não enfrentar. É bastante obvio, mas ignoramos: se evitarmos os verdadeiros problemas, estaremos apenas fazendo o que a maioria faz, o que é mais fácil, mais cômodo. O que caracteriza esse “vão” é a quantidade de pessoas que desistem ao chegar nele.


E para concluir: será que você não é atormentado por uma desistência do passado? Será que agora, sabendo que os vencedores precisam desistir de muita coisa, você não consegue reinterpretar esse fato? Não importa o que os outros pensam. O que importa, de agora em diante, é a história que você repete para si mesmo.