quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Negócio ou bodega?

Será que você, que tem seu próprio negócio, é um empreendedor ou um freelancer/bodegueiro?

Vamos avaliar. Eu, como consultor de empresas, sou um freelancer. Isso porque o trabalho só acontece quando eu estou realizando. Se eu não for até a empresa, se eu não sentar com o empresário, se eu não estiver fazendo diagnóstico, não tem trabalho. Só não sou um bodegueiro porque não fico o tempo todo esperando pessoas entrarem no escritório.

Dessa forma, eu só ganho dinheiro quando estou acordado, trabalhando. Recebo por horas trabalhadas, ou por determinado valor de um projeto. Assim como o bodegueiro, que precisa abrir a empresa e esperar os clientes para ganhar dinheiro. Assim que se fecham as portas do estabelecimento, fecham-se também as torneiras das receitas.

O empreendedor de verdade, por outro lado, cria algo maior do que ele – ele monta um negócio que anda sozinho. No entanto, a maioria dos nossos empreendedores se comportam também como freelancers: eles que resolvem tudo na nova empresa. Eles se tornam o limite do próprio negócio.

Isso é normal no início, pois o empreendedor está aprendendo a trabalhar, conhecendo o mercado, o público. E assim, acaba fazendo de tudo. Mas depois de um tempo, ele precisa criar um sistema autossuficiente: caso contrário, nunca vai crescer. Nunca.

Você pode observar: o empresário bem sucedido não passa o dia todo na empresa. Ele está conversando com investidores, montando equipes, abrindo mercados. Ele tem uma equipe e um modo de operação que andam por conta própria e geram crescimento.

Importante ressaltar: não existe um jeito certo ou um errado de trabalhar. Não estou condenando o bodegueiro. Essa é uma opção de vida: quero ter meu negócio, mas vou administrar o operacional e manter tudo sob controle. O que não se justifica é esse empresário centralizador reclamar da equipe e do negócio: a culpa é dele. Ele que quer assim. Ninguém cresce sem confiar em pessoas e delegar responsabilidades.


Quem sabe o primeiro passo para a mudança seja esse, conceitual: entender a diferença entre ser o negócio e entre estruturar um negócio que possa crescer. Depois, você escolhe como vai ser – e administra as consequências.