quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Você e seus comparsas

Caro leitor: na semana passada eu citei uma estatística bastante informal que me fez refletir bastante nos dias seguintes. Gostaria de aprofundar e compartilhar essa reflexão. Vale a pena, e juro que não é por falta de assunto!

Na ocasião, eu trouxe uma notícia que poderia ser boa ou ruim. Ou melhor: não era bem uma notícia, é mais um ditado popular, no qual eu começo a acreditar: dizem que você é uma média das cinco pessoas mais próximas, com as quais você passa mais tempo. Some os cinco e divida por cinco: o resultado é igual você. Ou, diga-me com quem andas e eu te direi quem és.

Nessa conta entra muito do caráter de cada um. Entram também os hábitos, bons ou ruins. Você é uma combinação do jeito de ser das pessoas com as quais você convive. Pergunta: você critica muito essas pessoas? Não precisa responder.

Existe aquele antigo debate filosófico: nascemos maus, ou é o meio, a sociedade que nos transforma? O que se sabe é que além da moldura genética e da educação, a influência dos amigos exerce um peso brutal no comportamento.

Dessa reflexão, vem a notícia boa: se você quiser mudar, você precisa repensar com quem você passa o seu tempo.

É grande a chance de umas duas ou três dessas pessoas serem colegas de trabalho. E aí a coisa fica mais interessante: você também é parecido com os profissionais com os quais você atua.

No entanto, escuto pessoas reclamando que estão numa empresa ruim, onde a equipe é fraca e desmotivada. Provavelmente essa pessoa, ainda que sem perceber, incorpora os problemas de todo o grupo. A notícia ruim é que este ambiente de trabalho nocivo está moldando você, como profissional e como pessoa. A notícia boa é que nada nem ninguém está prendendo você lá.

Por isso se fala tanto em montar uma equipe forte. Não há motivo para temer a perda de espaço para um profissional melhor. Conviver com os bons faz você ser bom por osmose – mas só se você permitir a troca de conhecimento.

Uma dica: compare-se com outros profissionais, o tempo todo. Mas use como modelo de comparação os melhores, e não os medíocres. Isso também vale para empresas concorrentes. Copie o que é bom, aprimore o que for possível. E corrija os defeitos de modo colaborativo. Eu sei, é fácil falar. Mas é o caminho para a excelência.

Melhorar a sua média só depende de você.