quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A felicidade de novo

Em entrevista à revista Veja, o economista inglês Paul Dolan falou sobre a felicidade. Nos últimos 10 anos ele estudou o que faz as pessoas se sentirem mais felizes. E nos últimos 3 ou 4 anos eu escrevi várias vezes sobre isso (por isso o título criativo, com cacofonia e sem vírgula).

Vou destacar neste texto o que ele falou sobre felicidade no trabalho (e palpito um pouquinho). O pesquisador lembra que a felicidade tem muito a ver com as relações sociais que estabelecemos. Segundo o autor, todo estudo de economia, psicologia ou de medicina, chega a essa conclusão. Logo, a nossa maior felicidade, infelizmente, depende dos outros.

A fonte de felicidade é estar perto de quem gostamos, amigos e familiares (dos que gostamos, claro). Se é bom conviver com essas pessoas nos momentos de lazer, imagine a força que isso tem no ambiente de trabalho.

Então as empresas familiares são mais felizes? Pode ser, mas obviamente vai depender da convivência. O ideal é montar uma equipe com base no mérito e na afinidade, não apenas no mesmo sobrenome.

Segundo o pesquisador, um estudo feito na Suécia com mais de 3000 trabalhadores durante uma década concluiu que aqueles que tinham chefes bons e mais humanos apresentavam uma probabilidade até 39% menor de sofrer um infarto.

A conclusão é obvia: se você quer ser mais feliz, procure um ambiente de trabalho decente. Se não encontrar, crie o seu próprio ambiente de trabalho. Mas algo precisa ser feito. Dizem que somos uma média das cinco pessoas com as quais passamos mais tempo. Pelo menos duas ou três dessas cinco pessoas trabalham com você. Ou seja: você é parecido com seus colegas de trabalho. Isso é preocupante ou motivo de orgulho? Depende apenas de você.

E o economista avisa: pessoas felizes são mais produtivas, mais saudáveis, ficam menos doentes, ajudam mais os outros e vivem mais. Logo, é dever moral – e estratégia empresarial – prover esse ambiente à equipe.

E mais um detalhe: o economista lembra que, em épocas de crise, o estado de espirito dos cidadãos fica bem mais sensível. Por isso, se você não está passando por um bom momento, é grande a chance de a culpa não ser só sua, mas também do ambiente econômico conturbado, daquelas fortes chuvas, das estradas destruídas.