Mas aí vem o problema: como ter certeza de que a ideia é boa? Enquanto ela permanecer na cabeça do seu criador, fica impossível testar sua viabilidade. Mas existe outro mistério: se todo mundo possui tantas ideias, por que tão poucas vingam?
Um fato: todo mundo é criativo. Todo mundo consegue sonhar grande. Mas é uma minoria que transforma sonhos e planos em realidade. Sonhar e imaginar não dá trabalho: pode ser feito na cama, antes de dormir. Pode acontecer durante o trabalho chato. Mas fazer acontecer dá trabalho: exige dedicação, exige abrir mão de algumas coisas. Exige assumir riscos.
Por isso, quando ouço essas ideias grandiosas, faço minha parte: oriento que a pessoa compartilhe e teste essa ideia, ou que esqueça, que tire ela da cabeça. Não fique anos sonhando com algo que você não sabe se vai realizar. Porque o tempo vai passar, você não vai executar, e essa ideia vai te incomodar todos os dias: antes de você dormir, e ao acordar reclamando que precisa ir trabalhar.
E não precisamos ir tão longe: as pequenas ideias também precisam ser confrontadas e testadas. Um exemplo: há alguns dias, eu conversava com um amigo sobre uma ferramenta de marketing que venho desenvolvendo. Entramos no assunto dos cupons de desconto, tão populares em todo o mundo, mas que no Brasil não costumam dar certo. Ele já tentou ações desse tipo em grande escala, e o resultado nunca foi satisfatório. Um outro amigo ouvia a conversa e disse que não usaria um cupom de desconto. Para ele, parece coisa de quem está “quebrado”: ter que juntar cupons para pagar por alguma coisa. É algo cultural: enquanto em alguns países o cupom é uma moeda de troca, por aqui, para algumas pessoas, parece constrangedor apresenta-los na loja.
Resumindo: a ideia, que me parecia tão clara até então, foi confrontada com a realidade de mercado e com o comportamento do consumidor. Mas eu só percebi isso ao compartilhá-la, ao perguntar para as pessoas o que elas achavam. Exponha suas ideias e sonhos: eles se tornarão mais fortes.