quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Como você mede sua vida?

Clayton Christensen é autor do clássico “O Dilema da Inovação”. Há alguns anos ele escreveu um artigo na Harvard Business Review chamado “Como você vai medir sua vida?”. Ele fez uma palestra no TED Talks com o mesmo nome do artigo. Optei pelo vídeo de 20 minutos.

Imaginei um conteúdo mais técnico, mas fiquei surpreso com abordagem de Christensen. O autor começa mostrando o quanto nos enganamos por achar que tudo que fazemos tem uma relação de causa e efeito. Em geral o que existe é, no máximo, uma correlação. Causa e efeito é algo mais complicado de encontrar e entender.

O autor conta que a cada cinco anos sua turma do MBA se encontrava para comemorar. Todos estavam felizes no primeiro encontro: carreiras em ascensão e recém casados. No entanto, nos encontros seguintes, as pessoas estavam desanimadas. E divorciadas. Não era bem aquilo que ela haviam vislumbrado.

Medimos nossa vida de acordo com os nossos resultados imediatos. E no dia a dia, damos prioridade para tarefas que nos dão um retorno rápido: uma venda, um contrato, uma promoção na carreira. Queremos conquistas imediatas e tangíveis.

E resultados de longo prazo são ignorados. Como por exemplo, segundo o autor, se dedicar à família: seus filhos vão se comportar mal todos os dias. E vai demorar uns vinte anos para você parar e dizer: “Que ótimas crianças nós criamos!”

Para Christensen, empresas caem pelos mesmos motivos: elas querem resultados rápidos e tangíveis para “planilhar” o sucesso. E as pessoas que formam essas organizações (nós!) se comportam de forma idêntica ao projetar a vida. Temos uma mente limitada que nos obriga a medir nosso desempenho de acordo com generalizações dos resultados atingidos.

Mas o autor conclui assim: Deus tem uma mente infinita, e Ele pode avaliar exatamente cada indivíduo. E então Deus, quando confrontá-lo, vai perguntar algo assim: Como você reagiu nessa situação em que Eu te coloquei? Você ajudou de que forma as pessoas envolvidas?

Você não precisa acreditar que será interrogado por Ele. Mas creio que uma vida inteira de ética e empatia é motivo de orgulho para um veterano.

Foi bom ouvir um autor que eu admiro afirmar que a generosidade acumulada é uma boa maneira de medir a vida. Será que 20 minutos por dia são suficientes?