quinta-feira, 24 de julho de 2014

Enfim o fim do Orkut

Facebook e Orkut possuem praticamente a mesma idade – ambos nasceram nos primeiros meses de 2004. A história do Facebook foi para o cinema (o excelente A Rede Social, de David Fincher). A do Orkut é quase uma lenda. Foi fundado dentro do Google por um engenheiro turco de sobrenome... Orkut. Foi lançado nos Estados Unidos, mas virou febre somente em dois países: Índia e Brasil. 

Dia 30 de setembro o Orkut definitivamente morre – pelo menos este é o prazo definido pelo Google para eliminar sua pioneira rede social. Parece que nem o domínio (Orkut.com) vai sobreviver. Como alternativa, é possível ao usuário migrar para o Google+, a atual rede social da companhia, ou ainda fazer uma espécie de backup dos dados da sua conta. Ou simplesmente esquecer.

O fato é que já matamos o Orkut antes. Tente lembrar, leitor, da última vez que você visitou o site.  Mas mesmo assim, no limbo, é impossível não ficar um certo saudosismo, já que aprendemos (ou não?) a usar rede social com ele – para o bem e para o mal.

Um texto recente no Brasil Post (iniciativa da Editora Abril de trazer ao país o interessante Huffington Post, vale a pena conferir) relembra as “orkutices” que cometíamos lá no Orkut. Por exemplo, quem não contava o número de amigos que eram seus fãs? Ou então colecionava um grande número de scraps (os recados), até que virou hábito começar a apaga-los?

Ou então quem nunca mandou depoimentos que não deveriam ser aceitos – e que eventualmente apareciam no perfil do destinatário? Quem escreveu no perfil que só aceitava como amigo quem deixasse um recado? Quem nunca escreveu em [i]itálico[/i] ou [b]negrito[/b]? Quem nunca recebeu ou enviou recados dizendo "Retribuindo a visitinha”? E a dúvida suprema da internet em 2006: desativar os visitantes recentes só pra fuçar no perfil de todo mundo, ou deixar ativado para ver quem espiava o seu perfil?

O meu perfil ainda existe, mas agora vinculado a um perfil também esquecido do Google+. No campo “Sobre Lucas Miguel”, consta: “O terceiro motoqueiro do globo da morte.” Uma frase copiada de alguma história do Dalton Trevisan que já perdeu o sentido.

Acho que o Orkut não vai deixar saudades. Até porque o Facebook já foi “orkutizado”. Para o bem e para o mal.