quinta-feira, 12 de junho de 2014

A suposta evolução do Marketing

No começo do ano assisti à palestra de Jack Dorsey, criador do Twitter, no palco principal da maior feira de varejo do mundo. Ele insistia num ponto que parece óbvio: a tecnologia é apenas uma ferramenta. Como você utiliza?

Por falar em tecnologia, li há alguns dias um artigo sobre o futuro das marcas no site da revista Fast Company. Um argumento da autora Rita King chamou a atenção: as vendas não estariam acompanhando o ritmo do Marketing. Ela se referia ao fato da conversão: menos de 2% das pessoas que acessam um site de compras finalizam o pedido.

E em pequenas empresas, será que as vendas também não acompanham o marketing? Ou acontece o contrário: o marketing não traz clientes em número suficiente? Avaliemos então, para começar, alguns indicadores.

As ações de marketing são pontuais, eventuais, ocasionais. Fruto de alguma ideia isolada do gerente, do proprietário, de um parente, de uma agência de propaganda. Ou estou enganado, e as pequenas empresas lançam campanhas com objetivos definidos? Levam em consideração quem é o seu público, que canal utilizar? Pensam em medir o alcance e o efeito da campanha, implorando pelo feedback do consumidor?

Outro indicador que aponta para o amadorismo das ações de Marketing: nosso varejo costuma considerar a venda o final da relação comercial. E esse deveria ser o começo. Como lembra Jay Conrad Levinson, autor do clássico “Marketing de Guerrilha”, “O objetivo de toda ação de Marketing deveria ser sempre gerar relacionamentos”. E ele se refere a pequenas empresas. Se é tão difícil atrair o consumidor, por que perder o contato depois de tirar o dinheiro dele? 

Mais um indicador: a utilização que as pequenas empresas fazem da internet. Esse filme já passou antes: a TV apareceu e não tornou a propaganda mais criativa e mais eficaz. Mas TV sempre foi coisa dos grandes, com grandes orçamentos para a propaganda. Daí aparece a democrática internet, e qual é o uso que se faz dessa plataforma? Responda você, leitor. Eu desisto. 

Por isso a importância daquilo que Jack Dorsey falou sobre tecnologia: ela é apenas uma ferramenta. O Facebook é uma ferramenta. Um martelo é uma ferramenta. O Facebook está sendo usado para construir ou para bater no próprio dedão?

A tecnologia que uma empresa utiliza para tentar vender nunca foi garantia de bons resultados.

E as vendas, evoluíram? Creio que o leitor já imagina a resposta. É o assunto da próxima semana.