O Brasil é o quarto país do mundo em número de smartphones (ou “celular inteligente”, com aplicativos e um sistema operacional para acessar a internet): 70 milhões de aparelhos. Estima-se que no mundo existam quase 7 bilhões de celulares – 40% deles ligados à internet.
Esse cenário difícil de vislumbrar há alguns anos, de ter a web no bolso (ou na bolsa), traz consequências difíceis de administrar. Mas primeiro, o lado positivo: você não precisa sentar no computador para acessar e-mails ou uma rede social. O lado negativo: quando você realmente precisa sentar e produzir, é difícil se concentrar.
Até aqui nenhuma novidade. Mas uma reflexão interessante: a mesma conectividade que facilita a vida aflige o usuário. Ele se considera um viciado, que está deixando de fazer coisas importantes porque está conectado demais. Eis o paradoxo: todo mundo quer ter um celular conectado e com diversos aplicativos. No entanto, essas mesmas pessoas se preocupam em diminuir a quantidade de tempo perdido.
Desse paradoxo nasceu uma oportunidade e uma tendência para um futuro bem próximo: a “internet das coisas”, onde qualquer equipamento (automóveis, eletrodomésticos) estará conectado para economizar tempo e facilitar a vida das pessoas.
Hoje, se pararmos para refletir, “internet” é um conceito defasado. A internet é tudo, e ao mesmo tempo não é nada: é tudo porque (quase) tudo está conectado, e é nada porque ela não existe sem as ferramentas ligadas em rede. E a internet em si muda pouco: muda o meio, a banda, o alcance, crescendo de acordo com a demanda. Culpa nossa.
Alguém consegue imaginar um concorrente para a internet? Seria outra dimensão, outro planeta. Seria o nosso planeta offline, como era num passado distante, 15 anos atrás.