terça-feira, 10 de setembro de 2013

O paradoxo da escolha – parte 1

Eu já havia decidido o tema deste artigo: escreveria algo sobre os estudos do psicólogo Barry Schwartz, e seu livro “O paradoxo da escolha”. Já havia assistido a sua apresentação no TED Talks e anotado alguns tópicos.

Recebi então a última edição da revista Época e encontrei a excelente matéria “Escolha menos e viva melhor”. Então fiquei pensando se manteria o texto original, se mudava a abordagem e acrescentava informações, ou se desistia do texto. Ponderei, refleti, e eis o texto modificado.

Uma situação simples como essa resume a ideia de Barry Schwartz: temos tantas opções e tanta informação que, consequentemente, nos deparamos com inúmeras escolhas. Segundo o psicólogo, isso gera certa paralisia: travamos diante da possibilidade de optar pelo errado. A vida moderna é uma encruzilhada constante.

O mais grave, de acordo com o psicólogo, é que mesmo optando por uma decisão razoável, estaremos nos perguntando: e se eu tivesse ido por outro caminho? Tentamos, em vão, medir como seria a satisfação se nossas escolhas tivessem sido outras. Esse dilema vale para as decisões mais importantes da vida e também para as mais corriqueiras, como que roupa usar, o que comer, aonde ir.

E para tentar evitar as decepções, dedicamos um tempo enorme avaliando alternativas. No entanto, nossa capacidade de decisão é limitada. Se você começa o dia pensando demais no que fazer, ficará exausto antes do meio dia (texto da próxima semana).

Outro problema: a quantidade de opções disponíveis aumenta também as nossas expectativas. Havendo tanta opção, pensamos, por exemplo, que um dia há de aparecer a cara-metade, a alma-gêmea. Casar no passado era mais simples porque as opções eram limitadas. Hoje, devido à possibilidade de escolha, sua expectativa está nas alturas – e esse alguém será tudo o que você imagina? Escolher sempre será frustrante, pois carregamos o peso do que rejeitamos.

Eis o paradoxo da escolha: mesmo depois de decidir, você lamenta o que descartou. Mas continua imaginando que a felicidade mora numa decisão acertada.