terça-feira, 23 de abril de 2013

Mil desculpas irrelevantes


No blog da Harvard Business Review, o autor Peter Bregman inicia seu artigo descrevendo uma situação pessoal: ele não conseguiu chegar na hora marcada e deixou sua esposa esperando por ele em um restaurante .

Ao chegar no local combinado, pediu desculpas, a esposa questionou, e ele começou a se explicar. Falou sobre um cliente importante, que não foi sua culpa, mas quanto mais ele justificava, mais a situação piorava e os dois ficavam irritados. A discussão não levou a lugar algum e o jantar não desceu muito bem.

Alguns dias depois ele conversava com um amigo, especialista em terapia familiar, e relembrou a situação. O amigo sorriu e falou: “Você cometeu o erro clássico!” Vamos a ele.

O autor não queria ter se atrasado, e explicou à esposa os motivos de acordo com a sua perspectiva profissional. Mas não era esse o caso: o fato é que ele se atrasou e a mulher ficou esperando. Ele focou sua justificativa em suas intenções, enquanto a esposa sofreu a consequência.

A dica do autor é que sempre a pessoa que gerou o problema (no caso o atrasado) analise a situação pela perspectiva de quem foi afetado.

Outro exemplo: a pessoa que ofendeu não deveria tentar explicar que ela estava num dia ruim, e sim entender o quanto os comentários afetaram o ofendido inocente. Os seus motivos, segundo os especialistas, são irrelevantes. O mais importante para resolver a situação é você reconhecer as consequências que o seu ato gerou.

Perdemos muito tempo nos explicando, quando a outra pessoa busca apenas compreensão. Se uma justificativa for necessária e você, que causou o problema, quer que a pessoa saiba o que aconteceu, tudo bem: você pode voltar ao assunto, mas deixe passar algum tempo. No momento da raiva, a solução do problema está na empatia.

Se você se habituar a focar nas consequências dos seus atos, sentirá cada vez menos a necessidade de se justificar.