Você lembra de quando o presidente Obama apertou a mão do
presidente iraniano Ahmadinejad?
Essa foi uma das perguntas realizadas em um estudo americano com mais de 5 mil participantes. Falsos cenários e situações eram apresentadas
aos entrevistados e eles respondiam se lembravam ou não do evento .
Aproximadamente metade das pessoas disse lembrar de fatos
que nunca ocorreram. Como esse aperto de mão.
Pesquisas têm revelado que nossas memórias não são formadas exatamente
como em um gravador. Trata-se de um mecanismo complexo que pode falhar: isso
porque as lembranças estão intimamente ligadas à imaginação, além de sofrerem o
impacto de fatores sociais e comportamentais.
Por exemplo: os pesquisadores perceberam que nossas
convicções ajudam a moldar as lembranças. No exemplo acima, se você apoia ou
simpatiza com o presidente americano, é mais provável que você saiba que o fato
nunca existiu – mesmo não lembrando direito. Se você for um opositor de memória
fraca, é grande a chance de você vislumbrar e acreditar na informação que lhe
convém.
Temos também arraigada a noção de que nossas memórias são
posses imutáveis. Afinal, elas contam
nossa história e formam nossa identidade. Dito isso, uma pergunta: quais são as
suas memórias mais antigas? Não parece que as vezes elas perdem consistência e,
mesmo sem confessar a ninguém, até você questiona se determinado fato realmente
existiu? Isso acontece porque nossas memórias sofrem alterações ao longo do
tempo, com informações que se cruzam e acrescentam detalhes – detalhes reais ou
imaginários?
É difícil aceitar que nossas memórias não são um porto
seguro. Infelizmente nossas lembranças são, em parte, ficção.
A pesquisa conclui que nem sempre a memória é válida para
confirmar se algo aconteceu ou não. Mas é uma forma confiável de demonstrar, através
de uma complexa combinação, quem você é.