segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

E a sua verdade?

Dan Pallotta é o autor de um dos textos mais lidos de dezembro no blog da Harvard Business
Review. Dan é homossexual e vive com seu parceiro Jimmy há doze anos. Segundo o autor,
as pessoas acreditam erroneamente que um gay assume sua sexualidade apenas uma vez,
naquele momento em que ele "sai do armário".

Segundo Dan, "assumir" é uma batalha diária. Como exemplo, ele descreve uma situação
corriqueira: Imagine que Dan está num taxi, a caminho do aeroporto. O taxista, para puxar
papo, pergunta o que ele faz, de onde vem. Depois pergunta se ele tem filhos, e
ele responde que sim. Daí ele pergunta algo sobre sua esposa. Dan tem duas opções:
“inventar” uma esposa para evitar a sequência da conversa, ou falar a realidade. Falar a "sua
verdade" para um total estranho. E o pior: ele nunca sabe qual a reação das pessoas quando
ele fala a verdade. E isso acontece o tempo todo: na rua, no trabalho, na escola dos filhos.

E este é o mote do texto do autor: você precisa defender a sua verdade, não importa quando,
não importa aonde. Esconder quem somos, ou nossos valores, ou aquilo em que acreditamos
é algo que fere e aflige – no momento da omissão ou depois, no silêncio da noite. Para o autor,
essa habilidade de defender nossas verdades é como um músculo que se fortalece com a
prática.

O autor faz também uma comparação entre as "verdades" pessoais e as “empresariais”,
digamos assim. Testemunhamos, como funcionários ou consumidores, a decadência da
qualidade e da prestação de serviços. Mas aceitamos, resignados. É mais cômodo. Por que
eu, justamente eu vou me incomodar, exigir, reclamar? Não existe mais uma tolerância-zero
quando nossos direitos e, mais grave, nossos deveres são corrompidos bem na nossa frente.

É uma tarefa hercúlea estabelecer e defender valores e princípios toda vez que eles forem
ameaçados. Mais complicado ainda é tirá-los do armário.