sábado, 24 de novembro de 2012

O triste fim do filme pornô


Extensa reportagem no site da Exame faz uma comparação curiosa e precisa: a indústria pornográfica sofre e sofreu exatamente da mesma maneira que a indústria da música. Assim como a venda de CDs despencou, a venda de DVDs “eróticos” (eufemismo injusto), que respondia por 70% do mercado, hoje representa menos de 20%. E o declínio continua acelerado.

A culpa pela queda, no entanto, não é dos DVDs piratas. Se for é muito pouco: a culpa é da internet, e da facilidade de acesso dos internautas às produções amadoras. As músicas, diferentemente, eram baixadas de modo pirata. O que acontece do mesmo modo nos dois casos é a facilidade de encontrar os arquivos, o que decretou a morte do modelo tradicional da indústria fonográfica. E da pornográfica.

Culpa da modernidade, diremos. Mas o modelo de negócios da indústria musical era injusto para o cliente. Os fãs compravam um CD de 14 faixas por causa de uma ou duas audíveis. A internet facilita o acesso ao que interessa. Com os filmes pornôs é possível criar uma analogia: quem tolerava um filme de sacanagem com roteiro? Todo mundo comprava por que era assim que eles eram feitos. Os momentos de pouca ação eram passados para frente, assim como as faixas ruins de um CD. Na internet, não há historia a ser contada – há apenas aquilo que o internauta procura.

Entre outros dados, um chama a atenção: os horários de pico que os brasileiros acessam aos sites acontecem à meia-noite de domingo e às 22 horas da segundas-feiras. Interessante notar como os sites pornográficos conseguem medir (como toda a internet, obviamente) a assiduidade e a origem de todos os seus clientes. Isso facilita e orienta de modo preciso o planejamento do negócio.

Conclusão: a maior ameaça a essa indústria do sexo, ao contrário da música, não é a pirataria, e sim a assustadora quantidade de pessoas buscando seus 15 minutos de fama pela webcam.