quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

As relações comerciais em 2015

Provavelmente pouca coisa vai mudar na sua loja no ano que vem. Se você permanecer no mesmo ritmo, acredito que vá sobreviver – as mudanças tem sido lentas por aqui. Mas se você pensa em crescer, sugiro que pelo menos considere as ideias que apresento na sequência.

Sugiro que você capriche na experiência de consumo. O que seria isso? Sua loja, antes de tudo, precisa ser um lugar agradável. Ou responda: por que eu devo sair de casa e visitar você? O que existe na sua empresa que eu não consigo ter na internet? Eu sei que não é preço.

Eu também sei que seus vendedores são chatos, pois você exige que eles vendam tantos mil reais por mês. Eu desconfio que, assim que eu entrar na loja, eles não estarão preocupados em resolver o meu problema, já que o problema que você inventou para eles é maior que o meu. Sugiro que você repense a sua política de metas.

Também sugiro que o seu vendedor seja alguém que conhece aquilo que vende. O vendedor que tem lábia e enrola o consumidor é uma figura que ficou num passado distante, lá por 1997. Hoje, pesquisando alguns minutos no Google, eu sei mais do que ele. E ele insiste em fechar a venda, antes mesmo de entender exatamente o que eu preciso. Já pensou se ele fosse um especialista em apontar alternativas e soluções?

Hoje, metade dos americanos compram com o celular na mão, comparando preços. Isso já está acontecendo aqui. Estive em Nova York esse ano, na maior feira de varejo do mundo. Lá os varejistas colocaram sofás e internet liberada na loja. Ou você prefere que o cliente vá para casa pesquisar preços? Se ele for, você perdeu a venda.

Peter Drucker, o pai da administração moderna, dizia que só o marketing e a inovação dão resultados. E que todo o resto que você faz são custos. Você consegue questionar ele?

Logo, uma sugestão em marketing: relacionamento. Cadastre clientes e descubra quem são os melhores – os que gastam mais e com mais frequência. Crie um grupo VIP (quem sabe os 20% melhores) e trate essas pessoas especiais com personalização e exclusividades. E eles vão recomendar você.

E uma sugestão para a inovação: incentive a comunicação interna na sua empresa. O colaborador precisa ter a liberdade de questionar, de ser ouvido, de propor mudanças. Se a sua empresa fizer isso em 2015, eu volto no final do ano que vem com o próximo passo para a inovação. Mas se a sua empresa fizer isso, talvez nem seja preciso eu falar nada.