quarta-feira, 21 de maio de 2014

Mais tristes no Facebook

De tempo em tempo descubro algumas leituras impressionantes na internet. Existe muita coisa boa em português, mas dizem que mais de 90% da informação disponível na rede está em inglês – e como a qualidade é escassa, a probabilidade ganha importância. O tradutor do Google é incrivelmente bom, mas a graça é compreender o idioma universal. Captar uma ironia ou um trocadilho em inglês é ver o mundo de uma nova perspectiva. É ver o mundo pela principal perspectiva. Adiante.

Há alguns dias descobri o site da revista Fast Company. O autor Sebastian Klein escreveu lá, há alguns dias, um artigo chamado “Como o Facebook está nos deixando tristes”. Segundo o autor, mesmo estando mais ricos e mais saudáveis do que gerações anteriores, estamos mais tristes. Ele pergunta: este mundo de aparentemente ilimitadas possibilidades seria um bilhete para a infelicidade?

Antes de responder, o autor cita uma definição simples e precisa: felicidade significa estar contente com o que você tem.

Mas o ser humano é esse notório animal ambicioso e competitivo. Mesmo aqueles que ganham na loteria, lembra o autor, querem mais.

E o argumento dele é simples: há algumas décadas era mais fácil ser um dos melhores do vilarejo, ou ter umas das maiores casas, ou ter uma das esposas mais bonitas do lugar. O mundo era, ou pelo menos parecia, muito menor.

Antigamente as pessoas não tinham um volume grande de comparação. Hoje, a tecnologia e a informação fazem com que você se compare com os (muitos) outros o tempo inteiro. E aqui surge a ideia que originou essa pequena reflexão: a felicidade e a infelicidade são resultados da comparação. E para ir dessa comparação até a cobiça, a inveja e a consequente tristeza, é um pulo.

A rede social torna o sucesso alheio bastante conhecido e compartilhado. E esse comparativo de perfis faz você focar naquilo que você não tem ao invés de ser grato pelas suas conquistas, afirma o autor.

Eu poderia acabar esse texto com um conselho. Algo do tipo “pare de se comparar com os outros, você é único e especial.” Mas não acredito nisso. Acredito que você seja único e quem sabe especial para algumas pessoas. Mas acho que a comparação é a melhor maneira de evoluir como pessoa ou como profissional. Até as empresas deveriam se comparar com as melhores, e a administração estuda isso. O meu e o seu desafio, leitor, é fazer essa comparação gerar correção e atitude, e não uma passiva tristeza ao se sentir menor.