Será que uma empresa que não tem nenhuma reclamação é uma empresa eficiente? Ou os consumidores estão simplesmente indo embora calados e resignados? Será que os elogios que você ouve são sinceros? Ou a pessoa elogia porque teme a maneira que você reagiria ao ser criticado? Será que um monte de curtidas no Facebook significam um bom conteúdo? Ou é você que implora e apela para ser curtido?
Outro exemplo, que originou este texto: os amistosos que a seleção brasileira vem jogando servem para quê? Eles deveriam servir para preparar e testar o time para a copa do mundo. No entanto, a seleção brasileira prefere, com raras exceções, enfrentar adversários fracos. É como ir a escola e fazer uma prova fácil, em dupla e com consulta.
No dia 5 de março o Brasil enfrentou a África do Sul. O resultado foi o esperado: 5 a 0. A África do Sul nem vai jogar a próxima Copa. No mesmo dia a França enfrentou a Holanda e a Espanha jogou contra a Itália. Fora a Espanha, última campeã, todos os times passaram por duras eliminatórias para conseguir vaga na Copa. O Brasil não precisou jogar as eliminatórias por ser o país sede. O único alento ao torcedor é que o time respondeu bem na Copa das Confederações do ano passado.
Não entendo muito de futebol, mas vejo nesse fato algo cultural. Adoramos enganar a torcida. Adversários fracos são (geralmente) facilmente batidos, e a equipe vencedora não é muito questionada. Enfim, várias métricas de vaidade: aplausos, goleada, boas atuações. Pergunta: até que ponto esses resultados representam a realidade?
Se você não passar por provações não poderá corrigir erros. Um teste fácil não vai apontar seu desempenho. Vale para a faculdade, para competições, vale para a vida.
A propósito, os próximos adversários da seleção brasileira em amistosos serão Panamá e Sérvia. E depois vem a Copa.