terça-feira, 4 de junho de 2013

Plante verduras e não fume

Quem assistiu a qualquer jornal no dia mundial de combate ao tabagismo (31 de maio) já conhecia as reportagens: dados sobre casos de câncer, médicos falando dos malefícios, pessoas que abandonaram o vício e são felizes... A mesma conversa de sempre.

Os ativistas do Facebook também compartilharam suas mensagens antitabagistas. Estamos criando uma geração que pretende salvar o mundo e as pessoas. Mas sem tirar o notebook do colo. Ponto e parágrafo.

Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) 200 mil famílias vivem do plantio do fumo. Dessas, aproximadamente 90% estão na região sul.

O governo vem incentivando os agricultores a plantarem, ao invés de fumo, frutas e hortaliças. No entanto, estes produtos não trariam os mesmos ganhos que o tabaco. 

Além de questões básicas de oferta e demanda, questões técnicas complicam essa transição. O fumo, por exemplo, não exige o manejo e a logística das hortaliças. Além disso, em especial na região sul, é uma cultura que explora terrenos acidentados, de difícil acesso. 

O Brasil é signatário de uma convenção para controlar o tabaco: um tratado internacional da Organização Mundial da Saúde, onde os países se comprometem em adotar medidas e restrições nas áreas de propaganda e patrocínios, advertências sanitárias (as medonhas fotos nas carteiras de cigarro), tratamento médico, comércio ilegal (contrabando do Paraguai), além de regular preços e aumentar impostos sobre cigarros.

A eliminação das plantações de fumo chegou a entrar em pauta nas discussões entre os países, mas não foi oficializada. Seria característico dos novos tempos: enquanto se fala em legalizar a maconha (descriminalizada ela já foi... Não é, usuário?) cogita-se legislar sobre o que o agricultor pode ou não plantar na própria terra. 

Que o cigarro faz mal todo mundo sabe. Maconha também faz mal, mas afirmar isso é coisa de reacionário careta. Por isso mudo o enfoque: minha preocupação agora é com os milhares de colonos fumicultores. Vou organizar uma mobilização por eles no Facebook. Conto com sua ajuda, leitor: basta curtir, compartilhar e esperar por um mundo melhor.