terça-feira, 14 de maio de 2013

As mulheres odiadas


A vice-presidente de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, conversava com sua filha de 5 anos:

“Quanto melhor a mamãe é no trabalho, menos pessoas gostam dela! Já quanto melhor é o papai no trabalho, mais pessoas gostam dele!  O que você acha disso?” E a mocinha respondeu: “Eu prefiro ter menos sucesso no trabalho para mais pessoas gostarem de mim!”

Sheryl apareceu recentemente na capa da revista Time sob o seguinte título: “Não a odeie por ela ser bem sucedida”. Ela escreveu um livro chamado “Faça Acontecer”, no qual orienta as mulheres sobre as dificuldades corriqueiras do mundo coorporativo. A autora, no entanto, tem sido bastante criticada por abordar a questão sob uma ótica muito feminista.

No blog da Harvard Business Review, a autora Marianne Cooper cita a executiva do Facebook e afirma: para as mulheres, o sucesso realmente não combina com simpatia e admiração. As mulheres bem sucedidas, segundo ela, são muitas vezes até mesmo odiadas.

Segundo a autora, as pessoas admiram homens bens sucedidos. Para as mulheres, no entanto, essa relação entre sucesso e carinho não existe. Pelo contrário: seria algo inversamente proporcional.

O motivo seria que mulheres bem sucedidas se comportam de maneira socialmente inaceitável. Ser competitiva no trabalho, por exemplo, seria algo que não combina com uma mulher. Segundo a autora, espera-se que as mulheres sejam sempre como mães queridas e amigáveis.

Não é novidade que as mulheres enfrentam mais barreiras no trabalho. O machismo ainda existe. E as mulheres enfrentam o dilema de conciliar vida pessoal e profissional de um modo muito mais intenso que os homens.

Quanto ao fato de as mulheres bem sucedidas não despertarem simpatia ou serem odiadas,  arrisco um palpite. Decerto o sucesso de uma mulher não agrada todos os homens da empresa. Mas será que as mais incomodadas com esse sucesso não seriam as mulheres frustradas?