segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Por que as mulheres ganham menos


A diferença entre o salário de homens e mulheres no Brasil é, em média, de 28%. Esse número foi divulgado ano passado pelo IBGE. Desenhando: os homens ganham, em média, 28% a mais.

A interpretação de dados como este costuma apontar o dedo indicador para o machismo. Mas de acordo com pesquisadores da Wharton School, nos EUA, a resposta para a menor remuneração das mulheres está diretamente relacionada com as decisões de carreira que elas tomam.

Os pesquisadores analisaram as vagas pretendidas por 1255 profissionais, homens e mulheres, que estavam concluindo algum renomado MBA nos EUA. E eles perceberam que, no momento de escolher as oportunidades, mulheres refletem mais sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, evitam carreiras que exijam viajar muito e se preocupam mais, obviamente, com família e filhos.

Homens, em geral, relevam as intempéries da carreira, desde que a compensação (financeira, hierárquica, etc) valha a pena.

O homem é talhado, desde pequeno, para vencer, crescer, bancar, prover. É isso ou o fracasso. Já a mulher, que no passado não tinha escolha, hoje tem. No entanto, conciliar o papel de mãe e o de profissional, na atual cultura coorporativa, é tarefa hercúlea. Ou até é possível, mas numa posição intermediária na hierarquia executiva. O que explicaria as diferenças salariais.

A última pesquisa nacional por amostragem de domicílio mostra que, no entanto, as mulheres estão estudando mais: 34,9% das mulheres brasileiras tem mais de 10 anos de estudo. Entre os homens, 31% ultrapassam uma década em sala de aula. Essa dedicação vem mudando e deve mudar ainda mais os perfis profissionais no futuro.

Sim, ainda existe machismo na cultura coorporativa. Mas não se pode apontá-lo como único fator para eventuais discrepâncias. Somos, antes de tudo, as nossas escolhas.