quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Os grupos pequenos

O que acontece depois de uma palestra? Qual é o impacto que a palestra causa no público?

Vai depender do palestrante. Vai depender de muita coisa. Mas o que se sabe, é que cada pessoa vai interpretar a mensagem de uma forma. É impossível, para o palestrante, saber exatamente qual foi a compreensão de cada participante. A intenção de organizar uma palestra sempre é boa. Mas o resultado nem sempre é o esperado.

Por exemplo: há alguns dias, trabalhei com um grupo de profissionais que conseguiram juntar umas 50 pessoas para assistir à minha apresentação. Temos dois resultados. O positivo: as pessoas vieram, se reuniram, interagiram, gostaram do evento. O outro: o que conseguimos aprender? O que vai acontecer de agora em diante com o grupo? Difícil medir ou prever.

Venho percebendo cada vez mais essa dificuldade de trabalhar com grupos grandes. Pois entre essas 50, 100 pessoas, poucas estarão na mesma sintonia, no mesmo foco. Por experiência própria, arrisco dizer que aproximadamente 10% de um grupo está engajado com aquilo que se propõe.

Um exemplo pessoal: sua família também tem dificuldade em reunir todo mundo no final de ano? Provavelmente vai faltar alguém na noite de Natal. Provavelmente alguém estará na ceia por obrigação. É mais ou menos o que acontece quando tentamos formar grupos de interesses profissionais, filantrópicos, esportivos, religiosos. Queremos todos, mas nem todos querem. Existe uma hierarquia individual de necessidades e prioridades que não conseguimos ver.

Não faço essa afirmação para dizer que algumas pessoas são melhores que as outras. Mas os perfis variam, os momentos de cada um são diferentes, fatores externos incontroláveis, experiências anteriores, crenças e outros fatores que impactam na disposição de cada indivíduo. Por isso, hoje, sinto melhores resultados ao trabalhar em grupos menores.
Sugiro a utilização de palestras, vídeos, e-mails, qualquer forma de conteúdo para prospectar interessados. Reunir várias pessoas é uma ótima forma de encontrar quem você procura.


Depois, continue o trabalho com grupos pequenos. Duas ou três pessoas, uma tribo de entusiastas sobre tal assunto. E só então procure quem mais está interessado em fazer parte. É um crescimento mais sólido, pois reúne desde o início pessoas com os mesmos propósitos. E se começar grande, que seja também com o nobre motivo de angariar adeptos, seguidores, entusiastas. Ou você acredita que a mudança acontece durante uma palestra de uma hora?