O que acontece depois de uma palestra? Qual é o impacto que a
palestra causa no público?
Vai depender do palestrante. Vai depender de muita coisa.
Mas o que se sabe, é que cada pessoa vai interpretar a mensagem de uma forma. É
impossível, para o palestrante, saber exatamente qual foi a compreensão de cada
participante. A intenção de organizar uma palestra sempre é boa. Mas o
resultado nem sempre é o esperado.
Por exemplo: há alguns dias, trabalhei com um grupo de
profissionais que conseguiram juntar umas 50 pessoas para assistir à minha
apresentação. Temos dois resultados. O positivo: as pessoas vieram, se
reuniram, interagiram, gostaram do evento. O outro: o que conseguimos aprender?
O que vai acontecer de agora em diante com o grupo? Difícil medir ou prever.
Venho percebendo cada vez mais essa dificuldade de trabalhar
com grupos grandes. Pois entre essas 50, 100 pessoas, poucas estarão na mesma
sintonia, no mesmo foco. Por experiência própria, arrisco dizer que aproximadamente
10% de um grupo está engajado com aquilo que se propõe.
Um exemplo pessoal: sua família também tem dificuldade em
reunir todo mundo no final de ano? Provavelmente vai faltar alguém na noite de
Natal. Provavelmente alguém estará na ceia por obrigação. É mais ou menos o que
acontece quando tentamos formar grupos de interesses profissionais,
filantrópicos, esportivos, religiosos. Queremos todos, mas nem todos querem.
Existe uma hierarquia individual de necessidades e prioridades que não conseguimos
ver.
Não faço essa afirmação para dizer que algumas pessoas são
melhores que as outras. Mas os perfis variam, os momentos de cada um são
diferentes, fatores externos incontroláveis, experiências anteriores, crenças e
outros fatores que impactam na disposição de cada indivíduo. Por isso, hoje, sinto
melhores resultados ao trabalhar em grupos menores.
Sugiro a utilização de palestras, vídeos, e-mails, qualquer
forma de conteúdo para prospectar interessados. Reunir várias pessoas é uma
ótima forma de encontrar quem você procura.
Depois, continue o trabalho com grupos pequenos. Duas ou
três pessoas, uma tribo de entusiastas sobre tal assunto. E só então procure
quem mais está interessado em fazer parte. É um crescimento mais sólido, pois
reúne desde o início pessoas com os mesmos propósitos. E se começar grande, que
seja também com o nobre motivo de angariar adeptos, seguidores, entusiastas. Ou
você acredita que a mudança acontece durante uma palestra de uma hora?