terça-feira, 15 de março de 2011

Orientados para servir

O caro leitor deve ter ouvido algo assim ultimamente: “Hoje só não trabalha quem não quer.”
Em termos, podemos entender esse raciocínio. Especialmente nos últimos anos, com a economia brasileira em expansão. Se o leitor observar a vitrine das lojas perceberá vários anúncios do tipo “precisa-se vendedor”, ou “admite-se balconista”.
Num primeiro momento pode parecer que, incrivelmente, contamos com mais posições de trabalho do que desempregados. Mas obviamente não é verdade. O que falta é mão de obra qualificada. Mas é necessário mão de obra qualificada para vender, atender, recepcionar, informar?
A resposta é sim! Claro que sim! Não falamos aqui de graduação, especialização e demais cursos superiores. O problema é outro: encontrar pessoas que sintam prazer e encontrem realização pessoal ao servir seu cliente.
Por isso, a melhor explicação para a falta de funcionários no mercado de serviços é a falta de gente com o perfil adequado. Não são todos que possuem essa alegria de servir. De estender o tapete. De ser solícito. De oferecer um simples sorriso.
Sempre falo em meus treinamentos de atendimento: se você não gosta de lidar com pessoas, você está no lugar errado. Seu lugar é na produção, e não na prestação de serviços. A questão é perceber quem realmente está apto a ser a cara da empresa, a linha de frente.
Daí a importância do recrutamento e da seleção de pessoas com perfil adequado para o atendimento a clientes. Não apenas a seleção, mas também a capacitação e a retenção desses talentos. E aqui encontramos a explicação para essas vagas ociosas: a rotatividade de funcionários, que não possuem o perfil de prestação de serviço. Ou o contrário: o funcionário possui o perfil adequado, mas não é orientado, valorizado e, consequentemente, pede as contas.
Percebemos assim que atender bem está no perfil de cada um, é uma habilidade a ser trabalhada, desenvolvida. Mas para isso precisamos de um funcionário motivado. E assim encontramos os principais responsáveis pela falta de mão de obra: as próprias empresas. Nosso próximo assunto.
*Publicado originalmente no jornal Correio Curitibano (janeiro 2011) e revista Vitrine Empresarial (janeiro 2011).