Será que você, que tem seu próprio negócio, é um
empreendedor ou um freelancer/bodegueiro?
Vamos avaliar. Eu, como consultor de empresas, sou um
freelancer. Isso porque o trabalho só acontece quando eu estou realizando. Se
eu não for até a empresa, se eu não sentar com o empresário, se eu não estiver
fazendo diagnóstico, não tem trabalho. Só não sou um bodegueiro porque não fico
o tempo todo esperando pessoas entrarem no escritório.
Dessa forma, eu só ganho dinheiro quando estou acordado,
trabalhando. Recebo por horas trabalhadas, ou por determinado valor de um
projeto. Assim como o bodegueiro, que precisa abrir a empresa e esperar os
clientes para ganhar dinheiro. Assim que se fecham as portas do estabelecimento,
fecham-se também as torneiras das receitas.
O empreendedor de verdade, por outro lado, cria algo maior
do que ele – ele monta um negócio que anda sozinho. No entanto, a maioria dos
nossos empreendedores se comportam também como freelancers: eles que resolvem
tudo na nova empresa. Eles se tornam o limite do próprio negócio.
Isso é normal no início, pois o empreendedor está aprendendo
a trabalhar, conhecendo o mercado, o público. E assim, acaba fazendo de tudo.
Mas depois de um tempo, ele precisa criar um sistema autossuficiente: caso
contrário, nunca vai crescer. Nunca.
Você pode observar: o empresário bem sucedido não passa o
dia todo na empresa. Ele está conversando com investidores, montando equipes,
abrindo mercados. Ele tem uma equipe e um modo de operação que andam por conta
própria e geram crescimento.
Importante ressaltar: não existe um jeito certo ou um errado
de trabalhar. Não estou condenando o bodegueiro. Essa é uma opção de vida:
quero ter meu negócio, mas vou administrar o operacional e manter tudo sob
controle. O que não se justifica é esse empresário centralizador reclamar da equipe
e do negócio: a culpa é dele. Ele que quer assim. Ninguém cresce sem confiar em
pessoas e delegar responsabilidades.
Quem sabe o primeiro passo para a mudança seja esse,
conceitual: entender a diferença entre ser o negócio e entre estruturar um
negócio que possa crescer. Depois, você escolhe como vai ser – e administra as
consequências.