Pela empresa ele iria de ônibus: um calvário de
aproximadamente 12 horas. Somando ida e volta tem-se um dia inteiro de agonia e enjoo. A viagem particular
seria de avião – bem menos desgastante, apesar das duas horas dirigindo até o
aeroporto de Chapecó.
Perguntei se não havia a possibilidade de ele ficar na
capital e trabalhar à distância quinta e sexta. Evitaria o cansaço e
economizaria dinheiro. Diz ele que com um computador e um celular resolveria por
lá todos os problemas. Mas que devido aos fatores burocráticos que tão bem
conhecemos, teria que voltar para o oeste.
Conto essa história banal para lembrar um assunto recorrente
em sala de aula: o que motiva um funcionário? A resposta é uníssona: um bom
salário! Será que isso basta? Uns trocados a mais resolveriam o problema deste
competente amigo meu?
Reter um bom funcionário vai muito além de oferecer uma boa
remuneração. Sugiro que o empresário observe a relação trabalhista sob o ângulo
singular da conveniência: recompense o funcionário facilitando sua vida.
É frustrante quando sua empresa invariavelmente dificulta
seus planos. Claro que nem sempre é possível mudar a rotina de trabalho em
função de motivos pessoais. Mas será que não daria para conversar, negociar,
flexibilizar?
As empresas mantém processos de controle inventados lá na
revolução industrial. É preciso a
qualquer custo bater o ponto exigido pelo RH. E o funcionário precisa estar
disponível das 8 às 18. No tempo que sobrar, ele que concilie família, estudos,
atividade física, lazer e sono.
Na agitada rotina moderna, as empresas preferidas pelos bons
profissionais são aquelas que não empatam sua vida o tempo todo.