Uma pesquisa do projeto Riologia detalha o comportamento dos adolescentes e jovens entre 13
e 17 anos. Quase metade deles (pelo menos nos grandes centros) é da geração que
evoluiu nos moldes da web 2.0: a internet compartilhada e onipresente, das
redes sociais e da produção de conteúdo pelo usuário. Por analogia, "jovens 2.0".
Talvez o
dado mais relevante da pesquisa: a estrutura familiar tradicional (a família
das propagandas de margarina) perdeu o sentido para 60% deles. Ao entrevistar
pouco mais de 600 jovens, os pesquisadores encontraram 49 (!) modelos diferentes
de convívio familiar: um vive só com a mãe, outro com a mãe e o padrasto, outro
com o pai e o companheiro do pai, etc.
Detalhe
importantíssimo: os jovens, entretanto, compreendem esse cenário, e consideram
que uma família estruturada está baseada nas relações de afeto, e não no
simples fato de o pai e a mãe morarem juntos (a guerra conjugal de Dalton
Trevisan e Nelson Rodrigues).
Esta é
também uma geração que atrela o real ao virtual: por exemplo, conversar pela
internet com o pai distante é também considerada uma relação de afeto (tente
explicar isso a uma senhora de idade).
Essa nova
maneira de pensar e viver se reflete no comportamento desses consumidores, mais
críticos e colaborativos. Eles também são decisivos nos momentos de compra: a
quantidade de informação à qual possuem acesso é referencia para a família em
aquisições de produtos e serviços. Alem disso, são eles quem apresentam as
novidades e as críticas para os familiares – cenário impensável há algumas
décadas, quando estava à mesa o patriarca provedor, dono inconteste da
verdade.
Desafio para
os pais e para as empresas: entender essa geração sem utilizar critérios
defasados de interpretação.